A METODOLOGIA CONSISTE EM MEDIR:
O esforço de produção de cada operação em cada posto operativo.
O esforço de produção desenvolvido no curso de uma operação de um determinado produto, o que corresponde à formulação do equivalente parcial em UEP deste produto para esta operação.
O esforço de produção total, no curso de diferentes operações para fabricar um produto acabado, fornecendo os equivalentes totais em UEP para cada produto fabricado.
A produção total em UEP de cada seção da fabrica, durante um período.
A produção global em UEP da fabrica, durante um período determinado, pela adição do total de UEPs das seções.
A capacidade horária em UEP das seções e de toda a fabrica.
Para a plena utilização do sistema, necessita-se:
- Capacidade instalada de UEP dos setores produtivos da empresa;
- Controle fornecido pela empresa do total de UEPs produzidas nos processos de todos os produtos e componentes do período;
- Relatório contábil das despesas da administração e produção.
Semana que vem, lhe enviaremos: “A utilização e vantagens do sistema UEP”.
Até a próxima semana.
UTILIZAÇÃO E VANTAGENS DO SISTEMA UEPs
Com a utilização do sistema de UEPs obtém-se com rapidez, facilidade e simplicidade, diversas informações para a tomada de decisões conforme abaixo:
- O custo de transformação de cada produto;
- O custo de cada componente de um produto ou em cada etapa de sua fabricação;
- O lucro ou prejuízo de cada produto, independente da variedade dos produtos;
- O custo de componentes rejeitados;
- O calculo do preço de venda com rapidez;
- Conhecimento do ponto de equilíbrio (lucro zero) de cada produto;
- Calculo rápido do lucro/prejuízo comparativo ao preço do concorrente;
- Estabelecimento através de combinações do MIX de produção/vendas com o melhor LUCRO possível;
- Analise comparativa de rentabilidade real de cada produto (sem influencia dos efeitos fiscais), não necessitando da contabilidade;
- Análise por simulação de alternativas para projeções e planejamento estratégico;
- Possibilita ao dirigente industrial acompanhar as variações de custos durante todo o processo;
- Conhecimento da capacidade de produção e sua utilização, apesar da diversificação;
- Elaboração de programas e controles de produção, expressos numa mesma UNIDADE, o que agiliza o planejamento;
- Substancial melhoria de lucros reais pela utilização da capacidade ociosa do volume de vendas;
- Desburocratização e integração ao sistema de informática sem problemas adicionais de pessoal;
- Medição precisa da eficiência, rendimento, produtividade global por seção e ate de cada máquina se desejar;
- Cálculo rápido da produção diária, semanal e mensal, agilizando os controles fabris;
- Análise de viabilidade ou não, para aquisição de novos equipamentos;
- Cálculo objetivo de viabilidade econômica para lançamento de novos produtos;
- Avaliação das vantagens e desvantagens na adoção de novos processos de produção para produtos de linha;
- Auxilio na aplicação da análise de valor.
Assim sendo, a UEP – uma UNIDADE de medida do esforço de PRODUÇÃO – possibilita medir produtos diferentes com uma única medida, que permite somá-los para obter uma única medida a própria UEP. É como se a empresa produzisse um único produto.
DETERMINAÇÃO DA UEP POR COMPONENTES E DOS PRODUTOS
A Empresa necessita dispor da LISTA DE COMPONENTES DOS PRODUTOS de forma clara e completa, com os códigos de todos os componentes.
A Empresa necessita dispor da FOLHA DE PROCESSO de todos os componentes de forma clara e completa.
A folha de processo deve conter:
- Código do componente;
- Seqüência de operações;
- Denominação das operações;
- Código dos postos operativos;
- Tempo padrão por posto operativo.
O Sistema fornece, então:
A LISTAGEM DAS UEPs HORÁRIAS para cada porto operativo
Multiplicando-se os tempos – padrões pelas EUPs horárias obtém-se a UEP PARCIAL em cada operação e somando-se a UEP TOTAL do produto.
Obtém-se, então:
- LISTAGEM DAS UEPs de todos os componentes de todos os produtos
- A LISTAGEM DAS UEPs do produto final.
Outrossim, a empresa necessita dispor de LISTAGEM DAS MATÉRIAS – PRIMAS (estrutura do produto) de forma clara e completa de todos os componentes para o cálculo de custos.
A listagem de matéria prima deve conter os códigos, unidades de medida e quantidades ou por produto.
Matéria prima (é) são todos os materiais, transformados ou não, que se encontram no produto final.
A terceirização deve ser incluída na relação da matéria prima e no valor do custo de aquisição.
CÁLCULO DE CUSTO PELO SISTEMA DE UEPs
Pela multiplicação dos tempos – padrões pelas UEPs, obtém-se o valor de UEP de cada passo do processo, que somados proporcionam o valor em UEP do produto.
Somando-se os valores de UEPs dos produtos fabricados obtém-se o valor total das UEPs desta produção num determinado período.
A contabilidade fornece o total de despesas de fabricação do mesmo período (matéria prima excluído).
Dividindo-se TOTAL DESPESAS DE FABRICAÇÃO / TOTAL PRODUÇÃO UEPs, obtém-se o valor unitário da UEP no período e, multiplicando-se pela UEP de cada produto o CUSTO DE TRANSFORMAÇÃO DESTES PRODUTOS.
Dividindo-se TOTAL DESPESAS DE FABRICAÇÃO / TOTAL PRODUÇÃO UEPs, obtém-se o valor unitário da UEPA no período e multiplicando-se pela UEP da cada produto, o custo unitário para cobertura despesas administrativas. Despesas administrativas incluem as despesas administrativas de vendas (menos impostos e comissões) e despesas das operações financeiras (menos juros).
Somando-se o custo da matéria prima, teremos o CUSTO UNITÁRIO DE CADA PRODUTO. Os valores da matéria prima são calculados pelo custo de reposição (não preço médio).
As embalagens e serviços de terceiros são equiparados a matéria prima.
Todo sistema de custos, tem como base fundamental o conhecimento dos tempos de produção. Portanto, para a exatidão dos resultados do sistema de UEPs, depende-se da exatidão dos tempos de cada operação que devem ser controlados e corrigidos constantemente, pois são a base de todo o processo produtivo.
As produções horárias devem ser medias normais, evitando-se exceções e casos esporádicos que podem distorcer a realidade.
Todos os estudos e planejamento deve partir do LUCRO, não devendo-se planejar partindo de valores de faturamento.
Não adianta aumentar o faturamento de um produto que perde dinheiro, ou seja, toda análise deve estar voltada para a rentabilidade.
CÁLCULO DO PREÇO DE VENDA
O sistema UEP possibilita ao pessoal de vendas, a formulação clara dos preços de venda com segurança quanto a sua lucratividade.
A soma do CMP (custo matéria prima). CT (custo de transformação – fabrica). DA (despesa administrativa) fornece o custo total unitário.
A área de vendas deverá calcular o Mark-up (margem) necessária para cobertura dos impostos incidentes sobre vendas, comissões, imposto de renda e lucro líquido desejado.
CAPACIDADE PRODUTIVA, RENDIMENTO, EFICIÊNCIA E PRODUTIVIDADE
A capacidade produtiva é estabelecida por seções e no total, calculando-se as UEPs que podem ser produzidas nas horas disponíveis, identificando os gargalos. As capacidades medidas em UEP/hora são:
- CAPACIDADE MENSAL INSTALADA – Corresponde a soma de todas as UEPs/hora de todas as máquinas multiplicado pelas horas trabalhadas mensais;
- CAPACIDADE MENSAL – BASE – Corresponde a capacidade em EU que pode ser desenvolvida durante as horas de trabalho disponíveis no mês. A análise é uma combinação das várias capacidades em vários “MIX” de produtos;
- CAPACIDADE EFETIVA – A capacidade base, deduzindo-se as paradas;
- BALANCEAMENTO – Capacidade base / Capacidade instalada;
- RENDIMENTO – Produção / Capacidade efetiva.
A PRODUTIVIDADE termo muito discutido e normalmente confundido com aumento de produção, é um parâmetro que pode ser analisado, sendo importante o incremento positivo ou negativo (tendência).
O conceito de produtividade em sua constante evolução, representa hoje, uma relação direta com o LUCRO e é uma questão de sobrevivência nas empresas.
A produtividade pode ser horária e salarial no sistema UEP.
A primeira mede produção em UEP/hora trabalhada de um período comparado com a produção de um período padrão.
A segunda mede produção em UEP/salários com relação ao mesmo período padrão.
A análise destes parâmetros são feitas com os técnicos da empresa para atingir-se os objetivos do sistema.
O aumento da produtividade em UEPs, significa otimização da utilização dos recursos (melhorias de métodos), gerando como conseqüência redução de custos e aumento dos lucros.
VIABILIDADE DA AQUISIÇÃO DE NOVO EQUIPAMENTO
Análise da compra de uma máquina de maior produção que substitua 3 máquinas existente. Exemplo:
- Máquina especial de controle numérico (Ex.: centro de usinagem).
- A operação atual é feita em duas tupias e uma fresadora, produzindo 130 peças/hora.
- A máquina nova substitui as três máquinas acima e pode produzir 200 peças/hora.
duas tupias 120 UEPs
uma fresadora 150 UEPs
Total 390 UEPs
Custo de transformação de uma peça 390 / 130 + UEP/hr
Na máquina nova incidirá:
- Alto valor de amortização (valor elevado do equipamento) pois, sendo uma máquina moderna e sensível, sua vida não é longa.
- Elevados custos de apoio, equipamento de programação numérica, salários e energia elétrica, etc.
Por tudo isto, calcula-se um custo que pode chegar a 800 UEP/h.
Assim sendo, com as três máquinas velhas o custo de peça é de 3 UEPs e com a máquina nova 4 UEPs.
Portanto, não é conveniente comprar a máquina nova, pois além de encarecer a peça, necessita de grande esforço financeiro para adquiri-la.
Esta análise é econômica (valores hipotéticos), independente da necessidade de um aumento de produção em função da maior demanda de mercado ou a necessidade de obtenção de maior qualidade, o que pode justificar a aquisição.
Entretanto, a concepção de que um equipamento novo que produz mais que o dobro e elimina mão de obra, nem sempre é a melhor solução.
PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO
Com a UEP – Medida única de produção – 0 controle de produção e eficiência (geralmente medido por tempos) se torna simples.
Cada posto operativo PODE (e deve) produzir determinado número de UEPs/hora.
Os produtos que passam por estes postos, contados e valorizados em UEP, formam a produção em UEP de cada posto. Comparando com as UEPs (capacidade de cada posto), verificando a eficiência.
A CAPACIDADE DA SEÇÃO É DETERMINADA PELO POSTO OPERATIVO QUE FORMA GARGALO.
Assim, o controle tradicional de horas trabalhadas / horas disponíveis não deixa transparente o que foi produzido. O sistema de UEPs possibilita saber-se o que se produziu nas horas ativas, trazendo melhores análises de eficiência fabril.
Cada empresa adapta e estrutura os controles que melhor atendam as necessidades do seu sistema de fabricação.
VERIFICAÇÃO DA EFICÁCIA DE MELHORAS ATRAVÉS DO SISTEMA UEPs
Muitas vezes, as empresas desejam verificar os resultados de reorganizações internas, tais como: introdução de novos métodos de fabricação, redistribuição de pessoal, rearranjos físicos, estudos de tempos e movimentos, cargos e salários e, outros.
Estes esforços proporcionaram melhores resultados?
Somente verificando se os CUSTOS DOS PRODUTOS DIMINUIRAM.
Se um produto custava Rid=\\\\\\\"mce_marker\\\\\\\".000,00 e depois custa Rid=\\\\\\\"mce_marker\\\\\\\".200,00 ele custa mais ou menos?
O dinheiro e os indicadores não são confiáveis para medir, sendo a UEP indicada, uma vez que mede o custo final do produto, e todos os processos passo à passo deste produto.
Assim, se um produto, antes da reorganização valia 300 UEPs, deveria valer menos de 300 UEPs, após a reorganização, possibilitando a produção de mais UEPs, (produtividade).
Caso isto não ocorra o tempo e o dinheiro empregados não proporcionaram os resultados estabelecidos nos objetivos.
Portanto, as reorganizações podem ser medidas de forma tangível, para verificar a sua eficácia.
LOCALIZAÇÃO DO SERVIÇO DE CUSTOS NA ORGANIZAÇÃO DA EMPRESA
A localização dos serviços de custos é um problema organizacional, que gera divergência e com tendências diferenciadas.
Nos Estados Unidos é responsabilidade da área financeira e na Europa é mais apoiado pela engenharia (tempos e métodos).
Podemos concluir que os Custos tem origem no setor fabril com conclusão no setor administrativo, sendo motivo principal do sucesso ou fracasso de toda a empresa.
Assim sendo, o serviço de custos (e preços) é composto de dois setores:
- FABRIL – para cálculo da UEP, e aspectos técnicos.
- ADMINISTRATIVO OU FINANCEIRO – para valorização monetária da UEP e análises dos respectivos resultados.
CUSTOS DEVE SER COORDENADO POR PESSOA COM ACESSO DIRETO A DIRETORIA, POSSIBILITANDO INFORMAÇÕES SEGURAS PARA VENDAS/MARKETING EM SUAS PROJEÇÕES E AÇÕES MERCADOLÓGICAS.
Em anexo planilha com resumo de todos os postos operativos com as respectivas despesas por hora e composição percentual das despesas por posto operativo.
Anexo sua planilha da análise da capacidade produtiva da fábrica em UEPs que serviu de base para o cálculo do valor unitário da UEP em reais.
CONCLUSÃO
Pelas informações contidas no presente relatório e a utilização dos valores de UEPs, a empresa tem uma poderosa ferramenta gerencial a sua disposição para o CONTROLE DE CUSTOS E A GESTÃO INDUSTRIAL.
Outrossim, tem a disposição todas as informações quanto as APLICAÇÕES do sistema de UEPs, constatando a riqueza de informações do sistema e em pouco tempo, comprovar a utilidade destas informações para a tomada de decisões.
Transcorridos alguns anos, ou em caso de profundas transformações na fábrica, sugere-se proceder a REVISÃO do sistema, considerando-se todas as alterações havidas nos equipamentos e métodos de produção.
Estamos a disposição para prestar quaisquer esclarecimentos sobre estas aplicações, bem como sobre qualquer dúvida na utilização da UEP, como sistema de custos e de gestão industrial.
Desejamos a melhor utilização do sistema, possibilitando o aperfeiçoamento constante do sistema gerencial e o progresso contínuo da empresa.
Adriano K. Schaeffer
Consultor / Diretor
(47) 3626-2386
adriano@grupotalent.com.br